
Queridas famílias,
À medida que vamos fechando as portas das nossas salas de aula para dar lugar às férias de verão, fazemos também uma pausa para refletir sobre todas as incríveis aprendizagens que aconteceram ao longo do ano.
Porque este é o tipo de aprendizagem em que acreditamos:
- Ver uma criança de um ano conseguir tirar as próprias meias — e ajudar um amigo a fazer o mesmo.
- Encontrar uma criança de três anos a misturar água e folhas num copo, e chamar-lhe “chá de menta para a lua.”
- Observar uma criança de cinco anos a fazer um puzzle difícil — não sozinha, mas com a ajuda da ideia de um amigo.
- Ouvir uma criança de oito anos a dizer: “Acho que devíamos tomar conta das plantas de outra maneira.”
- Uma criança de dois anos a aconchegar com cuidado um ursinho de peluche debaixo de uma manta, e sussurrar: “Dorme bem, eu volto já.”
- Uma criança de seis anos a correr contra o vento, de braços abertos, convencida de que quase levantou voo.
- Testemunhar uma criança de três anos a fechar a mochila sozinha pela primeira vez — e depois a repetir, só para ter a certeza.
- Ouvir uma criança de oito anos a parar a meio de uma história para dizer: “Esperem. Acho que esta personagem se sente excluída.”
- Duas crianças a apanhar folhas em silêncio, lado a lado.
- Uma lagarta salva por uma criança de cinco anos, no recreio.
- Ouvir uma criança a gritar “Consegui!” pela primeira vez.
- Uma criança de três anos a dizer “por favor” e “obrigado” por iniciativa própria.
- Uma criança de seis anos a usar novas palavras para explicar o que sente, em vez de chorar.
- Uma criança a fazer um desenho para dizer “obrigado” a um professor ou amigo.
- Observar uma criança a escolher cuidadosamente o livro que vai ler durante a hora da leitura, orgulhosa da sua decisão.
A aprendizagem nas pequenas coisa há qualquer coisa de sagrado na rotina:
- Nas fatias de fruta partilhadas.
- Nos livros lidos vezes sem conta.
- Nos “Porquê?” infinitos.
- E nos ainda mais infinitos “Posso mostrar-te uma coisa?”.
Este ano, os vossos filhos fizeram grandes perguntas:
- Porque é que as sombras se mexem?
- O que é ser justo?
- Quantos abraços são precisos para fazer alguém sentir-se melhor?
- Para onde vai o sol à noite?
- As árvores falam umas com as outras?
- O que quer dizer “para sempre”?
- As formigas têm melhores amigos?
- O que acontece a um pensamento quando nos esquecemos dele?
- Como sei se estou a ser gentil?
- Qual é o barulho do silêncio?
- Quando eu crescer, ainda vou gostar de dinossauros?
Nem sempre tivemos as respostas — mas conseguimos sempre ir à boleia da sua curiosidade.
Crescimento para além do que se consegue ver:
- Ajudámos a atar atacadores, ajudámos a apertar casacos, e esperámos pacientemente até ao dia em que já conseguiam fazê-lo sozinhos.
- Com sol ou com chuva, passámos tempo lá fora: a trepar, a observar, a escavar, a plantar e a sonhar. A natureza foi mais do que um recreio — foi uma verdadeira professora.
Este ano não foi apenas sobre o que as crianças fizeram — mas sobre como cresceram:
- Tornaram-se mais pacientes, e aprenderam a esperar com mais calma.
- Tornaram-se mais confiantes, e experimentaram coisas novas.
- Aprenderam a dizer “Ainda não sei” e a perguntar “Podes ajudar-me?”
- Aprenderam a reconhecer e a nomear os sentimentos — até os difíceis.
- Tiveram coragem para dizer “Desculpa” e sentir isso verdadeiramente.
- Mostraram gentileza ao incluir amigos que se sentiam sozinhos.
- Conseguiram esperar pela sua vez e partilhar com os outros.
- Continuaram a tentar, mesmo quando era difícil.
- Aprenderam formas de se acalmar.
- Respeitaram as diferenças, sabendo que todos são especiais.
- Sentiram-se felizes por ajudar um amigo, sem esperar nada em troca.
- Construíram o seu espaço e sentiram: “Eu pertenço aqui.”
- Imaginaram o que os outros sentem — e importaram-se com isso.
- Aprenderam a agradecer pelas pequenas coisas — um sorriso, um abraço ou um dia de sol.
No final deste ano letivo, talvez os vossos filhos não se lembrem de todas as atividades ou de todas as músicas.
Mas levam consigo aquilo que realmente conta:
- Um forte sentido de identidade.
- Uma maior consciência dos outros.
- A confiança para fazer perguntas e tentar outra vez.
- A sensação de pertencer a uma comunidade acolhedora.
Com o Início do Verão…
É bom lembrar:
- Não é preciso preencher todas as horas.
- Não é preciso ensinar-lhes tudo.
Este verão…
- Deixe-os vaguear, descansar, construir, destruir, reconstruir e fazer a mesma pergunta vinte vezes.
- Deixe-os aborrecer-se.
- Deixe-os sujar-se.
- Deixe-os adormecer no carro, a segurar uma pedra, uma folha ou um chupa-chupa pegajoso.
- Deixe-os dizer disparates e inventar novos mundos.
Eles continuam a aprender.
Sempre a aprender.
De Coração Cheio.
Obrigada por nos permitirem caminhar ao vosso lado em mais um capítulo da história dos vossos filhos. É um privilégio fazer parte destes primeiros anos — testemunhar as perguntas, a coragem, as confusões e as brincadeiras.
Estamos orgulhosos deste ano.
Estamos orgulhosos destas crianças.
E mal podemos esperar pelo próximo capítulo.
Como inspiração, deixamos uma pergunta:
O que podemos aprender com as nossas crianças este verão — não através de palavras, mas do seu brilho e curiosidade?
Desejamos um verão cheio de:
- Manhãs descalças
- Dedos pegajosos
- Suspiros profundos
- E maravilhas inesperadas














Com carinho e gratidão,
A Equipa da AIS – Continuemos a crescer juntos! 🌱

